Como calcular a rentabilidade de um imóvel (e descobrir se ele realmente vale a pena)

Encontrar um imóvel com boa localização é só o primeiro passo. Mas saber se ele realmente é um bom investimento exige algo a mais: entender a sua rentabilidade de imóvel.

Essa é a métrica que mostra, em números, quanto o imóvel gera de retorno em relação ao valor investido.
E o melhor: com alguns cálculos simples, você mesmo pode descobrir se o imóvel que está de olho rende mais do que a poupança ou um fundo imobiliário.

Neste artigo, o Projeto Radiê mostra como calcular a rentabilidade de um imóvel e interpretar os resultados para tomar decisões mais conscientes.


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O que é rentabilidade de um imóvel (e por que ela é o ponto de partida de todo investidor)

A rentabilidade de um imóvel indica o percentual de retorno financeiro que ele gera ao longo do tempo, considerando o valor investido.

Em outras palavras: é o quanto o imóvel “trabalha por você”, seja com aluguel, valorização ou ambos.

Ela é calculada a partir de três indicadores principais:

  • Rentabilidade bruta: mede o retorno apenas com base no valor do aluguel.
  • Rentabilidade líquida: desconta custos como IPTU, condomínio e taxas.
  • Valorização do imóvel: considera o aumento do valor de mercado ao longo do tempo.

Mas por que isso importa?

Porque sem entender esses números, é impossível comparar o desempenho do seu investimento com outras opções do mercado (investimentos no mercado financeiro, por exemplo).

Um imóvel com bom potencial de valorização pode ser excelente no longo prazo, mesmo que o aluguel inicial pareça modesto.

Como calcular a rentabilidade de um imóvel: passo a passo prático

Vamos à parte prática.

O cálculo é simples, e serve tanto para imóveis residenciais quanto comerciais.

  1. Rentabilidade bruta

A fórmula é:

(Aluguel mensal × 12) ÷ Valor do imóvel × 100

Resultado em % por ano.

Exemplo:

Um apartamento avaliado em R$ 500.000 que gera R$ 2.500 de aluguel por mês:

(2.500 × 12) ÷ 500.000 × 100 = 6% ao ano

Isso significa que, sem considerar custos, o imóvel tem uma rentabilidade bruta anual de 6%.

  1. Rentabilidade líquida

Agora subtraia os custos fixos (IPTU, condomínio, seguro, taxas de administração etc.).

Suponha que esses custos somem R$ 500/mês:

(2.000 × 12) ÷ 500.000 × 100 = 4,8% ao ano

Ou seja, a rentabilidade líquida real é de 4,8% ao ano, mais próxima da realidade do investidor.

  1. ROI imobiliário (Retorno sobre Investimento)

Se você financiou parte do imóvel, o cálculo muda um pouco.

O ROI mostra o retorno considerando o valor efetivamente pago até o momento.

(Lucro líquido anual ÷ Valor investido até agora) × 100

Esse é o número que revela quanto o seu dinheiro está rendendo de fato, considerando entradas e saídas.

Dica Radiê:

Mantenha uma planilha simples com esses cálculos.

Ela vai te ajudar a comparar imóveis, acompanhar valorização e entender quando vale vender ou reinvestir.


Veja também: Retrofit: o que é, como funciona e quando vale a pena


O que é um bom percentual de rentabilidade de imóvel?

Depende do seu objetivo. Mas, em geral, o mercado considera uma rentabilidade líquida entre 5% e 6% ao ano um bom resultado, especialmente para imóveis residenciais em grandes cidades.

Se a rentabilidade for menor que 4%, vale comparar com alternativas como fundos imobiliários ou Tesouro Direto.

Se for acima de 7%, há potencial de excelente negócio (desde que o risco e a liquidez sejam bem avaliados).

Outros fatores que influenciam:

  • Localização e infraestrutura do bairro
  • Taxa de vacância (quantos meses o imóvel fica vazio)
  • Custos de manutenção
  • Tendências de valorização da região

Em resumo: a rentabilidade é o primeiro filtro, não o único.

Erros comuns ao calcular rentabilidade imobiliária

  1. Desconsiderar custos fixos

Muitos investidores olham apenas o aluguel e esquecem de descontar taxas e impostos.

  1. Usar valor de compra e não de mercado

Se o imóvel se valorizou, é o novo valor de mercado que deve entrar na conta.

  1. Ignorar períodos de vacância

Mesmo um mês sem aluguel afeta o rendimento anual.

  1. Comparar imóveis sem contexto

Rentabilidade de um apartamento em Curitiba não é igual à de uma casa em Balneário Camboriú.


Leia também: INCC explicado: entenda o índice que afeta o preço dos imóveis novos


Rentabilidade de imóvel é o começo, não o fim

A rentabilidade é como o alicerce de uma construção: sem ela, tudo fica instável. Mas ela não é o único indicador que define um bom investimento.

Um imóvel pode render menos no curto prazo e se valorizar muito mais no longo. Outro pode, a princípio, parecer ótimo no papel, porém, ter alto custo de manutenção.

O segredo é entender o equilíbrio entre rendimento e valorização, e usar esses números para tomar decisões racionais, não emocionais.

Lembre-se: ao investir em imóveis, você está, pouco a pouco, construindo um patrimônio, de forma consistente, com base sólida e, sobretudo, com visão de longo prazo.

Próximo passo:

Leia o artigo Retrofit: o que é, como funciona e quando vale a pena e descubra como reformas inteligentes podem aumentar a rentabilidade de um imóvel já existente.

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