A história do Edifício Garcez: O primeiro arranha-céu de Curitiba e seu potencial de investimento hoje

Quando você passa pela Boca Maldita, no coração do Centro de Curitiba, é impossível não notar um prédio de linhas verticais, austeras e imponentes. O Edifício Garcez – o primeiro arranha-céu da cidade – surgiu como símbolo de modernização nos anos 1930, atravessou regimes políticos, mudanças urbanas e até abrigou o consulado da Alemanha Nazista. 

Hoje, quase um século depois, continua relevante, não só como patrimônio, mas também como ativo imobiliário com potencial estratégico para investidores.

A construção do primeiro arranha-céu de Curitiba

A história do Garcez começa num momento em que Curitiba buscava deixar para trás a imagem provinciana. No início do século XX, impulsionada pela economia cafeeira, a cidade vivia um período de modernização acelerada. É nesse contexto que surge João Cid Moreira Garcez, engenheiro e político que idealizou o primeiro arranha-céu da capital.

A construção em etapas

A obra começou em 1928 e durou mais de uma década, sendo concluída em três fases:

 – primeira entrega ainda nos anos 20, com o prédio já se tornando o mais alto de Curitiba;
– acréscimo do 9º andar;
– finalização com os dois últimos pavimentos.

Na época, ele figurou entre os três edifícios mais altos do Brasil, um marco incontestável.

Um prédio que viveu muitas vidas

Um dos aspectos mais fascinantes do Garcez é sua multiplicidade de usos:

 – funcionou como hotel (embora nunca tenha aberto ao público como tal),
– recebeu o consulado da Alemanha Nazista nos anos 1930 (um capítulo pouco conhecido da cidade),
– abrigou a Federação Paranaense de Futebol,
– foi shopping center,
– e mais tarde tornou-se edifício comercial.

Poucos prédios de Curitiba concentram tanta história em tão poucos metros quadrados.

O Art Déco e a inovação do concreto armado

O Garcez é um dos exemplares mais emblemáticos do estilo Art Déco em Curitiba. Suas linhas verticais, simetria e minimalismo ornamental traduzem o espírito moderno da época.

Um pioneiro do concreto armado

Além de sua estética, o prédio inovou ao usar concreto armado em larga escala, algo raro no Brasil naquele período. Essa escolha técnica abriu caminho para a verticalização da cidade.

Interessante notar que o processo não foi completamente moderno: há relatos do uso de troncos de eucalipto embebidos em óleo cru nas fundações, mostrando a mistura entre técnicas tradicionais e novas soluções de engenharia.

O Garcez no mercado imobiliário atual

Hoje o prédio é ocupado pela Uninter. Mas a fim didático, vamos analisar o imóvel como se fosse uma oportunidade de investimento:

Localização estratégica

Poucos endereços em Curitiba são tão centrais quanto a esquina da Avenida Luiz Xavier com a Rua Voluntários da Pátria, na Boca Maldita, ao lado da Praça Osório. O fluxo de pessoas, comércio e serviços transforma o edifício em um ponto de altíssima visibilidade.

Uso predominante

Hoje o Garcez é um imóvel comercial. Sua vocação acompanha a história do Centro: intensa atividade econômica, fácil acesso e grande circulação.

Quem seria o público ideal hoje?

Profissionais liberais, Pequenas empresas, Investidores que buscam ativos com renda mensal, Investidores interessados em imóveis históricos para portfólio diversificado.

Valeria a pena investir no Edifício Garcez?

Mesmo sendo um prédio histórico, o Garcez pode ser analisado como qualquer outro ativo: renda potencial, custo de aquisição, liquidez e valorização.

A seguir, um panorama baseado no mercado atual do Centro de Curitiba.

4.1. Preço por metro quadrado no Centro (m² comercial antigo)

Na região, ativos comerciais antigos variam muito, mas apresentam valores mais acessíveis comparados com edifícios modernos.

Com base em portais e dados de mercado, o valor do m² para salas comerciais no Centro costuma ficar na faixa de R$ 4.000 a R$ 7.000, dependendo do estado de conservação e da vista.

O Garcez, por ser histórico, tem um componente intangível que agrega valor, mas não necessariamente eleva o m² ao de prédios modernos, o que pode gerar boa assimetria risco/retorno.

4.2. Análise de ROI – Quanto renderia um imóvel no Edifício Garcez?

Aqui usamos uma modelagem simples para ilustrar o potencial:

Premissas médias

– Sala comercial de 30 m²
– Preço estimado: R$ 165.000 (R$ 5.500/m²)
– Aluguel típico: R$ 1.000 a R$ 1.300
– Condomínio: R$ 350
– IPTU: R$ 60/mês

Fluxo mensal

Aluguel líquido ≈ R$ 650 a R$ 900

ROI anual estimado

ROI ≈ 4,7% a 6,5% ao ano (acima da média de imóveis residenciais).

Além disso:

  • imóveis históricos e bem localizados tendem a manter demanda,
  • têm baixa competição direta,
  • carregam prestígio e diferenciação.

Para um investidor com viés cultural e de longo prazo, o Garcez é um ativo singular.

Conclusão – O Garcez como patrimônio e como investimento

O Edifício Garcez é um capítulo vivo da história de Curitiba, testemunho da modernização da cidade e marco da engenharia do início do século XX.

Do ponto de vista imobiliário, o Garcez oferece:

  • m² acessível,
  • localização central estratégica,
  • demanda comercial constante,
  • potencial de valorização atrelado à preservação da história da cidade,
  • além de uma característica rara: prestígio cultural.

Nesse cenário hipotético, o Garcez se mostrou um bom investimento, e um lembrete de que boas oportunidades nem sempre estão nos lançamentos, mas, muitas vezes, nos prédios que ajudaram a construir a identidade da cidade.

Se esse conteúdo fez sentido pra você...

Talvez também faça sentido para alguém que você conhece. 

Compartilhe esse conteúdo com essa pessoa. 

© 2025 Projeto Radiê - Todos os direitos reservados.